sábado, 20 de setembro de 2014

Os X-Men e os x-cristãos

Os X-Men e os x-cristãos

O deuses do átomo

Se você não é cristão e vai ao cinema ver o próximo filme dos X-Men, então até entendo sua diversão, pois eu já fui adolescente e já li as revistas dos mutantes no meu passado remoto, mas te digo que há coisas melhores. Porém, se você é cristão, quero te convidar a refletir no universo desses personagens, coisa que em algum momento eu fiz e cheguei a algumas conclusões.
Nos anos 60, a mente criativa do roteirista de histórias em quadrinhos Stan Lee, criador de personagens como Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk e Quarteto Fantástico, decidiu que era hora de criar todo um grupo de novos personagens. Devido às leis daquela época, Lee e sua esposa foram impedidos de adotar uma criança porque eram um casal de religiões diferentes, ele judeu e ela cristã. Em entrevista para o History Channel, Stan Lee admitiu que essa experiência amarga de preconceito serviu de inspiração para uma de suas maiores criações, os X-Men.
Stan Lee imaginou um grupo de heróis que, em vez de serem admirados eram odiados, por puro preconceito. “O princípio fundamental de ‘X-Men’ era tentar ser uma história contra a intolerância para mostrar que existe bem em todas as pessoas”, disse Stan Lee.[1]
X-Men promoveu um grande debate cultural num momento da América em que se discutiam os direitos civis dos afro-americanos. No entanto, apesar de pregar tolerância e paz, o enredo de X-Men apresentava um grupo de jovens com poderes especiais que treinava para combater pela força outros mutantes ou mesmo humanos comuns. Na trama das revistas dos X-Men, a crise social chega ao ponto em que o governo homo sapiens cria robôs que caçam e dominam os mutantes.
De fato, os anos 60 tiveram grupos de vigilantes semelhantes aos X-Men que “combatiam” a agressão à comunidade negra com a força: eram os Black Panthers, (Panteras Negras). Só que não foi o movimento Pantera Negra que conquistou os direitos civis nos EUA e, sim, o comovente, firme e pacífico protesto do pastor  Martin Luther King e sua revolução não violenta, seguindo a filosofia bíblica de “dar a outra face” (Mt 5:39).
Tente imaginar Wolverine dando a outra face e dizendo “ame os seus inimigos”... Conseguiria Wolverine entender o que Jesus disse a Pedro, de que quem vive pela espada morre pela espada? (Mt 26:51).
Mas quando o debate do racismo começou a minguar, no fim dos anos 90, outro debate sobre intolerância dominou o cenário. Em X-Men, a maneira como os pais reagem quando descobrem que seus filhos são mutantes e os protestos civis anti-mutantes lembram em muito os debates modernos sobre a questão homossexual.
X-Men saiu dos gibis e desenhos infantis para as telas de cinema por meio de Bryan Singer, que também dirigiu filmes como “Superman Returns”. Curiosamente, segundo fontes de sites sobre cinema, Singer é gay assumido.[2] “A história da Cura Mutante vista em ‘X-Men: O Confronto Final’, por sua vez, foi elaborada por Joss Whedon nos quadrinhos, especificamente para fazer referência às dificuldades vividas por homossexuais”.[3]
A apologia moderna de X-Men ao homossexualismo nunca foi velada; até uma capa de X-Men traz o casamento de dois mutantes gays.[4] Os roteiristas chegaram a admitir que eles e Singer fizeram “referencias ao universo gay”.[5]
Quando X-Men se tornou sucesso graças a suas aventuras e efeitos especiais arrebatadores, o resto do mundo e a mídia também caminhavam a passos largos na defesa da chamada “causa gay”, e qualquer religioso ou grupo que não aceite o COMPORTAMENTO homossexual, foi tachado de “preconceituoso”, invertendo a “gangorra da opinião pública” e aplicando o rótulo de homofóbico e preconceituoso à defesa do velho modelo bíblico de casamento e família.
Na verdade, “Mundo de X-Men” tem até mesmo um personagem que aparentemente é um reflexo dos evangélicos conservadores, o fictício senador Kelly, mostrado como ignorante e intolerante.
No campo teológico, X-Men é cheio de contextos e quadros escatológicos, como leis e decretos, cadastramento de mutantes, perseguição pelos “sentinelas” e títulos como “Complexo de messias”, “Dias de um futuro esquecido” e “A era do Apocalipse”. Seus personagens curiosamente invertem conceitos bíblicos. Apocalipse, na Bíblia, é o livro da revelação de Jesus Cristo sobre como Ele salvará a igreja; mas Apocalipse, nos X-Men, é o pior vilão que quer destruir e escravizar.
Entre os mutantes há um homem com asas que é chamado de “Anjo”; um ser com aparência sinistra chamado Noturno, mas que é bondoso (ah, como gostamos de chamar o bem de mal e o mal de bem!); uma mulher chamada Mística, capaz de mentir e se disfarçar de qualquer homem ou mulher; um herói chamado Gambit que, na verdade, foi um ladrão; um estranho guerreiro que tem o nome de Bishop, que significa Bispo. O professor Xavier e outros mutantes chamados “telepatas” podem controlar mentes, quase que hipnotizar os demais, induzindo pensamentos e emoções. Ele viola a consciência e o livre arbítrio das pessoas, mas nada comparado a Jean Grey, que incorpora uma entidade chamada Fênix Negra. Muito interessante, afinal, Fênix é um símbolo satanista clássico, e ela se comporta como tal, ao destruir e matar. Jean literalmente é a médium que recebe essa entidade!
Qual é a origem dos poderes dos X-Men? Nunca se viu um X-Men orando ou pedindo forças a Deus. Embora os X-Men sejam alegadamente de vários países e religiões, isso para dar o ar de inclusão e tolerância, nenhum deles faz coisas extraordinárias ou milagres em nome de Deus, pois isso não faz parte da temática.
X-Men não são chamados de filhos de Deus, eles são os filhos do átomo, pois a mutação é ocasionada pela “evolução”.
Apesar do clima de ciência, a mutante Tempestade é chamada nas revistas e desenhos de “bruxa do tempo”. Ela vem de uma tribo africana onde se praticava bruxaria, que no mundo X-Men é uma forma de mutação. Ela “convoca” os ventos e as chuvas, assim como no xamanismo.
Por falar em místicos, o maior vilão dos X-Men é Magneto, e ele tem dois filhos – Wanda e Pietro –, sendo ela uma feiticeira que se veste de vermelho, e o segundo, um velocista que adota o nome no Brasil de Mercúrio, o deus romano, mensageiro do Olimpo, deus do comércio e dos ladrões. Magneto várias vezes se refere aos mutantes como “deuses”, comparados aos comuns homo sapiens.
Magneto era para ser vilão, mas você não consegue detestá-lo! Você sente empatia por ele. Coitado! Um menino judeu, separado de seus pais, perseguido pelo preconceito nazista. Magneto é claramente inspirado no próprio Stan Lee, que também é judeu. No final, ele sempre parece acabar se unindo a Charles Xavier, como Lee se unia ao desenhista Jack Kirby, com quem brigava muito, mas também era amigo e foi co-criador dos X-Men.
Mas nessa ficção, em que a evolução massacrou as doutrinas bíblicas da criação, do pecado original, da redenção e da salvação, a humanidade segue evoluindo sem elos intermediários, como Richard Dawkins sonharia em ver. X-Men evoluem aos saltos, no despertar da adolescência, e o mais popular desses saltos evolutivos é Wolverine. No enredo de X-Men, ele foi um mutante aperfeiçoado para ser um assassino, mas se rebelou e se juntou aos “bonzinhos”. Mas que bom exemplo ele é! Bebe, fuma seus charutos, bate em quem der vontade e se justifica dizendo que é seu temperamento; é impaciente, arrogante e violento.
Wolverine é o símbolo do anti-herói moderno. Ele se tornou tão popular em seus dramas e personalidade de “durão”, que ganhou um filme solo em que é chamado de imortal, título usado na Bíblia exclusivamente para Deus (1Tm 6:16).
Em X-Men, o legal é ser mutante e ter algum “poder”, mas, na Bíblia, o ser mais poderoso do Universo desejou assumir a simples forma humana, escolhendo não usar Seus poderes e esvaziar-Se a Si mesmo (Fp 2:6-9). Jesus veio à Terra para viver uma vida perfeita, não usando Seus poderes em benefício próprio e velando Sua forma divina na simplicidade da carne humana do pregador de Nazaré. Fez das Escrituras Seu único poder (Mt 4) e escolheu combater a intolerância com a revolução não violenta de “dar a outra face” (Mt 5).
X-Men é uma ficção concebida para divertir, mas cheia de ideologias e filosofias que estão longe, a anos luz de distancia dos ensinos de Jesus. X-Men acerta na palavra tolerância, mas em seu conteúdo violento erra de forma grosseira seu alvo e contradiz o que pretende defender.
E quem venderia gibis e ingressos para o cinema com um super-herói que não usasse poderes ou raios? O público quer a emoção da pancadaria, os efeitos especiais e as emoções do suspense e da ficção! Me pergunto se uma mente aguçada por esses estímulos sentirá prazer na calma, simples e doce mensagem dos Evangelhos? Quanto a mim, eu tive que fazer uma escolha.
Jesus não vende gibis. Sua teologia está drasticamente longe do mundo fictício de X-Men, mas Sua mensagem, corretamente vivida e sem ser distorcida, ajudou Gandhi e Luther King a vencerem o ódio, a intolerância e o preconceito.
Percebi que a ficção banalizava a realidade dos milagres relatados na Bíblia. Desisti dos gibis porque descobri que a Bíblia não pode ser rivalizada com “palha seca”. Também comecei a descobrir a história por trás das estórias dos heróis dos quadrinhos e do cinema.
O cristão precisa de leitura da Bíblia e não de contos de gibis! Não acho que você vai assistir X-Men e se tornar gay ou sair querendo atirar raios pelos olhos, mas lembre-se de que as imagens semeiam pensamentos, e os pensamentos se tornam opiniões, e elas geram ações.
Há toda uma nova “espécie” na igreja que vai me achar retrógado e clichê. Vão à igreja e durante os outros dias cultuam os “deuses do átomo”, pagam o “dízimo” das salas de cinema e engrandecem mitos da imaginação humana que programam gerações de jovens a aceitar uma agenda antibíblica. Esse novo tipo de cristão pretende ter desenvolvido o superpoder de “filtrar” tudo o que assiste. Tais cristãos se tornaram uma coisa estranha, com um pé no mundo e outro na igreja; um tipo de ser mutante espiritual, um x-cristão.

(Ericson Danese, Azimute)

Referências:
[1] http://cinepop.com.br/stan-lee-revela-que-criou-x-men-como-historia-contra-a-intolerancia-073050292
[2] http://siterg.terra.com.br/?news_tags=x-men
[3] http://cinepop.com.br/stan-lee-revela-que-criou-x-men-como-historia-contra-a-intolerancia-073050292
[4] http://omelete.uol.com.br/x-men/quadrinhos/x-men-edicao-com-casamento-gay-chega-ao-brasil/#.U5r0JF7v1Ud
[5] http://jovem.ig.com.br/oscuecas/noticia/2011/06/09/roteirista+de+x+men+primeira+classe+admite+referencias+ao+universo+gay+10437423.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Como os videogames viciam seu cérebro?

Como os videogames viciam seu cérebro?
Alta produção de dopamina
Há muito tempo se fala nos males e nos benefícios que os games podem [trazer aos] jovens. Agora, um artigo publicado pela revista Neurology Now revela alguns dados que mostram que os games podem afetar, sim, a mente dos adolescentes, seja de forma benéfica ou não. Segundo o artigo, o contato excessivo com jogos eletrônicos pode causar mudanças no comportamento dos adolescentes. O texto faz relação com a dopamina, um neurotransmissor ligado diretamente à dependência em jogos, inclusive os eletrônicos. Em estudos, o excesso de produção de dopamina pelo cérebro se mostrou alto o suficiente para quase desativar o córtex pré-frontal, a região do cérebro ligada à tomada de decisões, julgamentos e autocontrole. Isso faz com que os jogadores percam um pouco da noção de tempo, deixando de lado outras tarefas, como estudos ou trabalho. Como essa região do cérebro só estará completamente formada quando a pessoa tiver entre 25 e 30 anos, esse tipo de problema é ainda mais preocupante nos jovens.

Já relatamos aqui alguns casos de pessoas que não conseguiram sair da frente da tela e acabaram até mesmo morrendo por causa disso, depois de passar vários dias sem se desligar do mundo virtual. A dopamina é um estimulante e, segundo o Dr. David Greenfield, fundador do Centro de Dependência de Tecnologia e Internet, a estrutura de recompensa dos games é similar à de uma máquina caça-níqueis: o jogador insiste para bater um recorde, matar um inimigo muito difícil ou encontrar um item raro em um RPG, sem saber exatamente quando (e se) vai conseguir atingir esses objetivos. Isso faz com que o cérebro produza muito mais dopamina enquanto a pessoa joga, levando a uma produção menor em outras situações e causando um desequilíbrio.

De acordo com a neurologista Judy Willis, o modo como os jogos eletrônicos funcionam é genial. Eles alimentam o cérebro com informações em um modo em que o aprendizado é maximizado. Contudo, a maneira como os jogos “recompensam” os jogadores é justamente o que pode causar mudanças no cérebro, tanto positiva quanto negativamente.

É claro que esses efeitos são diferentes de pessoa para pessoa. Assim como a alimentação, a produção de dopamina e os efeitos de games diferentes têm resultados divergentes em indivíduos específicos, por exemplo: alguns jovens podem se tornar mais dependentes que outros, assim como jogos de ação podem melhorar mais ou menos a capacidade visual e o reflexo de outros.

Quais os sinais de alguém que pode estar “viciado” em jogos eletrônicos? Somente um especialista capacitado pode diagnosticar esse tipo de problema, mas existem alguns sintomas comuns que devem ser considerados e que podem indicar um problema. Veja:

Passa muito tempo no computador ou videogame.
Entra na defensiva quando confrontado sobre o problema.
Perde a noção do tempo.
Prefere passar mais tempo nos jogos que com amigos e familiares.
Perde o interesse em atividades que antes eram importantes.
Torna-se socialmente isolado, irritável ou rabugento.
Estabelece uma nova vida social, apenas com amigos online.
Negligencia trabalhos escolares e sofre para conseguir boas notas na escola.
Gasta dinheiro em atividades inexplicáveis.
Tenta esconder que passou algum tempo jogando.

Apesar disso, alguns especialistas dizem que é difícil definir algo como “vício em jogos”. Enquanto uns creem que isso pode ser um transtorno de ordem psicológica, outros acreditam que é apenas parte de outros problemas de ordem psicológica. Ainda assim, eles concordam que os jogos possuem características viciantes, que são a gratificação instantânea, ritmo acelerado e imprevisibilidade. Tudo o que caracteriza uma dependência está presente nos jogos eletrônicos.

A Dra. Judy Willis acredita que não se deve proibir os jovens de jogar videogames, mesmo que eles possam causar problemas. Isso porque eles também podem trazer benefícios. Desse modo, ela recomenda que os pais tenham alguns cuidados com o modo com os quais seus filhos jogam.

Ela diz que o ideal não é recriminar os jogos, mas, sim, ter um relacionamento saudável com eles. Além disso, garantir que seus filhos tenham contato com outras atividades além dos games e evitem os excessos. [Evidentemente que, se você é um cristão seguidor da Bíblia, proibirá seus filhos de jogar games de conteúdo violento, erótico e espiritualista/ocultista, assim como deveria proibir filmes dessa natureza – e também não jogá-los/assisti-los, claro.]

Para isso é preciso prestar muita atenção no modo como seus filhos se comportam. Uma dica é colocar videogames, computadores e outros eletrônicos em áreas comuns da casa, locais que possam ser monitorados mais facilmente. Além disso, os pais também devem estabelecer limites de tempo para os jogos, já que jovens têm certa dificuldade em estabelecer isso.

A Dra. Willis também recomenda aos pais conversar e se envolver nas atividades dos filhos desde cedo, seja fora de casa ou nos jogos. Dividir as experiências com os filhos pode ser uma forma saudável de evitar os problemas.

Os videogames são uma ótima ferramenta de aprendizado. Estudos já demonstraram que os jogos eletrônicos podem estimular certas habilidades no cérebro. O ato de aprendizado envolve a repetição de certas atividades por um período de tempo, e fazer isso nos jogos leva o cérebro a criar novas conexões nervosas ligadas à atividade específica.

Um exemplo disso são alguns games de estratégia em que os jogadores são obrigados a tomar decisões de curto, médio e longo prazo – tudo ao mesmo tempo. Isso estimula o cérebro a ter mais facilidade na tomada de decisões e na realização de múltiplas tarefas ao mesmo tempo. Contudo, esse tipo de estímulo precisa de equilíbrio. Estimular apenas esse tipo de atividade pode fazer com que os jovens tenham dificuldade em se concentrar em apenas uma coisa, como estudos ou leitura, por exemplo.

sábado, 6 de setembro de 2014

Açúcar é tóxico e pode matar você

Açúcar é tóxico e pode matar você

Doce veneno

Uma nova pesquisa, publicada na revista JAMA Internal Medicine, revela que a ingestão do açúcar adicionado em alimentos como refrigerantes, cereais e bolos tem efeitos além dos que nos fazem engordar. Ele também pode aumentar de forma significativa nosso risco de morrer por doença cardíaca. De acordo com o estudo, se receber mais de 25% de suas calorias diárias a partir de alimentos e bebidas com adição de açúcar, você tem o triplo do risco de chance de morrer de doença cardíaca. Até mesmo o consumo moderado é desaconselhável; 10 a 25% por dia aumentam o consumo calórico de risco cardiovascular em 30%. Isso significa que ingerir apenas uma bebida açucarada por dia é suficiente para aumentar o risco de doenças cardiovasculares mortais. Uma lata de Coca-Cola, por exemplo, contém 35 gramas de açúcar e 140 calorias.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, devemos limitar o adicional de açúcar para cerca de 10% do total de nossas calorias diárias. Mas o estudo, liderado por Quanhe Yang dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta, revelou que 71,4% dos adultos dos EUA consomem mais do que a dose recomendada.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Exames de Nutrição sobre rastreamento de mortalidade (NHANES), que foi realizado em etapas, entre 1988 e 2010. Os dados foram extraídos de mais de 43.000 casos individuais, e comparados com a mortalidade por doença cardíaca durante um período típico de cerca de 14 anos, onde foram registrados um total de 831 mortes relacionadas a problemas cardiovasculares.
De acordo com Laura A. Schmidt, professora de política de saúde na UC San Francisco School of Medicine, o açúcar é visto cada vez mais como uma substância tóxica. “Estamos no meio de uma mudança de paradigma na pesquisa sobre os efeitos do açúcar na saúde, um alimento consumido em taxas muito elevadas pelo povo americano”, disse.
A pesquisa se refere a todos os açúcares utilizados em alimentos processados ou preparados, tais como bebidas adoçadas com açúcar, sobremesas à base de cereais, sucos de fruta, sobremesas lácteas, doces e pães de fermento. Essa taxa não corresponde aos açúcares naturais, como os presentes em frutas e seus sumos.
“É uma lista de açúcares, que inclui açúcar regular, xaropes de milho, mel e xarope de bordo. Em termos de composição, os principais culpados incluem bebidas esportivas (37%), sobremesas, tais como os pudins (14%), bebidas de frutas (9%), sobremesas lácteas (6%) e doces (6%)”, relata a pesquisa.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ateus não existem, concluem cientistas

Ateus não existem, concluem cientistas

Richard Dawkins e uma discípula

A crença em Deus está enraizada em todas as pessoas. Portanto, ninguém nasce ateu. Essa é a conclusão de um número cada vez maior de cientistas nos últimos anos. Obviamente os ateus não acreditam nisso, mas na semana passada, Nury Vittachi publicou uma reportagem intitulada “Cientistas descobrem que ateus podem não existir, e isso não é uma piada”. Em seu artigo, Vittachi cita as obras de vários pesquisadores, como Graham Lawton e Pascal Boyer, que argumentam que a crença em Deus está, naturalmente, enraizada em cada pessoa. “Os cientistas cognitivos estão cada vez mais conscientes de que uma perspectiva metafísica pode estar tão profundamente enraizada nos processos de pensamento humano que não pode ser expurgada,” explica Vittachi. “É claro que essas descobertas não provam que é impossível parar de acreditar em Deus”, ressalta Vittachi. Para ele, a questão é que o ateísmo não é algo “natural” e a espiritualidade apenas “aprendida”, revertendo a lógica usada pela maioria dos ateístas militantes. “Somos todos um pouco mais espirituais do que pensamos”, concluiu.
Para quem alega que o raciocínio de Vittachi é exceção, outros cientistas chegaram a conclusões similares. Ara Norenzayan, psicólogo da Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá, escreveu em um artigo para a New Scientist nos mesmos termos. “Quando as pessoas não acreditam em deus, isso não significa que elas não têm sensações que estão fortemente ligadas ao sobrenatural. [...] Mesmo em sociedades que se declaram de maioria ateísta, é possível encontrar um monte de crença no que chamamos de paranormal.”
De modo semelhante, Pascal Boyer, na Universidade de Washington em St. Louis, argumentou que “uma série de traços cognitivos nos predispõe à fé”. Argumenta ainda que “dados confirmam que pensamentos religiosos parecem ser uma propriedade emergente de nossas capacidades cognitivas normais”. Para Boyer, a descrença é geralmente resultado de um esforço deliberado, que vai contra nossas “disposições cognitivas”, sendo “antinatural”.
O astrônomo Christian Jason Lisle argumenta que todos, incluindo os “ateus”, sabem intuitivamente que Deus existe. Em seu artigo recente “Existe uma prova inequívoca da Criação?”, o cientista cristão usa a Bíblia para fechar seu argumento: “Muitos cristãos têm a impressão equivocada de que os críticos da Bíblia acreditariam se tivessem mais ‘provas’ da existência do Deus bíblico. Mas não é bem assim. Romanos 1:18-20 nos lembra que todo mundo tem um conhecimento inato do Deus da criação, [...] portanto, os ateus apenas tentam negar para si mesmos o que sabem no fundo do coração.”



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O evangelismo divino e o livro de Daniel

O evangelismo divino e o livro de Daniel

Um Deus que Se revela

[A propósito do início da leitura do livro do profeta Daniel no projeto Reavivados por Sua Palavra, publico este texto do pastor Luís Gustavo Assis.] Deus encontra as pessoas onde elas estão. Esse é um princípio conhecido de evangelismo público. Mas ele não deve ser limitado a isso. Esse é um dos principais princípios de interpretação bíblica. Ao comunicar Sua mensagem, Deus não a revelou de uma forma desconhecida para o público. Antes, Ele a revelou de uma forma que fez sentido para os recipientes da mensagem. Creio que o livro do profeta Daniel seja capaz de demonstrar a aplicação desse princípio. É evidente que Daniel tem um significado especial para o adventismo. Nos últimos anos, diversos novos estudos foram produzidos por nossos teólogos abordando aspectos interessantes dessa obra.[1] Abaixo, gostaria de compartilhar como o livro de Daniel é capaz de nos ensinar muito sobre a didática divina e como esse conteúdo pode ajudar em nosso trabalho missionário.

Daniel 2 – Quem sabe esse seja o capítulo de Daniel mais abordado em estudos bíblicos, sermões e evangelismos. Gostamos de enfatizar o poder da profecia bíblica e sua capacidade de revelar o futuro muito tempo antes de ele acontecer. Mas por que será que Deus utilizou uma imagem para representar a história da humanidade? Entre os povos do antigo oriente médio, a história da humanidade costumava ser descrita como uma estátua humana.[2] Se os sábios da corte real soubessem qual era o sonho, eles não teriam muita dificuldade para entendê-lo. Eles estavam familiarizados com essa linguagem.
Mas aquela não era uma simples imagem. Era um ídolo. Se virarmos a página e lermos o capítulo três, veremos isso mais claramente. Ali está o relato de que o rei Nabucodonosor construiu uma imagem de ouro – o mesmo metal que representava seu reino na estátua do capítulo 2 –, e ela deveria ser adorada! Para um rei pagão como Nabucodonosor Deus revelou o futuro da humanidade na forma de um ídolo, e este sendo destruído. Deus estava indo ao encontro do rei em sua própria realidade!
A visão é concluída com uma rocha destruindo toda a estátua e se tornando uma grande montanha que encheu a terra. Trata-se do reino de Deus sendo estabelecido e durando para todo o sempre (2:44, 45). Essa linguagem não era desconhecida nem para Nabucodonosor, nem para o profeta Daniel. Inúmeros textos sumerianos, como o Cilindro de Gudea (c. 2500 a.C.), de Lagash, descrevem a inauguração de um templo como uma pedra se tornando uma montanha e enchendo toda a terra![3]
O que seria o reino de Deus, senão a presença de Deus com Seu povo, proporcionando paz e segurança? E o que seria um templo, senão a habitação de Deus entre Seu povo? Parte do currículo acadêmico de Babilônia envolvia o estudo da língua e da literatura sumeriana, tópicos a que Daniel deve ter sido exposto durante seus três anos de treinamento lá (1:5).[4] Deus moldou Sua mensagem de forma que Nabucodonosor e Daniel a compreendessem! Para nós que temos um abismo cultural e linguístico separando nossa realidade da deles, pode ser difícil reconhecer isso, mas, quando analisamos a cultura da época, esses símbolos fazem muito mais sentido.

Daniel 7 – A visão de Daniel 7 é basicamente a mesma do capítulo 2. Para tentar amenizar o fato de um rei pagão receber uma revelação divina, costumamos dizer que Nabucodonosor teve um sonho e Daniel teve uma visão. Na verdade, ambos foram profetas. O aramaico de Daniel 2:28 e 7:1 é praticamente idêntico. Tanto o profeta hebreu como o rei babilônico receberam a mesma revelação divina. No caso de Daniel, um fiel judeu, a visão não foi de um ídolo composto de vários metais. Ao invés disso, Deus utilizou o esboço da história da criação. Em Gênesis 1, temos as águas caóticas (v. 2; o ruach, palavra que pode significar tanto “espírito” como “vento”; pairar do Espírito de Deus), criação dos animais e a criação do homem, e este recebendo domínio sobre toda a criação. A mesma sequência pode ser vista em Daniel 7. A visão começa com os quatro ventos do céu agitando o mar (v. 1), quatro animais surgem na visão (v. 3), e o Filho do homem aparece para ter domínio sobre esses animais (v. 13 e 14). Esse simbolismo não seria claro para Nabucodonosor, mas para o profeta hebreu era. Deus foi ao encontro de Daniel com uma linguagem que era conhecida por ele.[5]
           
Além de Gênesis 1, outros elementos parecem ter influenciado a forma como Deus apresentou a visão no capítulo 7. A linguagem do capítulo é muito parecida com aquela usada em manuais de interpretação de sonhos e presságios da religião babilônica, algo que era muito familiar para alguém responsável por todos os magos, encantadores, caldeus e feiticeiros (Dn 5:11). Expressões como “quatro ventos do céu” (Dn 7:1) e animais com múltiplas cabeças e chifres são comuns nesse tipo de literatura.[6]
Outra influência provável na escolha dos animais da visão pode ser encontrada em Oseias 13:7, 8. Ali Deus afirma que atacaria Israel como um leão, um leopardo e uma ursa. O que temos em Daniel 7 é justamente isto: poderes opressores do povo de Deus ao longo dos séculos, isto é, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Se essa reconstrução estiver correta, Deus apresentou uma visão que fez perfeito sentido para o profeta, não apenas como um fiel seguidor e conhecedor das tradições do Antigo Testamento, mas também como um acadêmico da religião babilônica. 
       
Essa visão deve ter encorajado o profeta. Por anos ele estava vivendo em Babilônia e até aquele momento Nabucodonosor, um rei pagão, era quem recebia mensagens divinas (capítulos 2 e 4). Agora Daniel recebe a confirmação de que um dia o Filho do homem terá todo o domínio em Suas mãos, e esse domínio não passará para outra pessoa.

Daniel 8 – Alguns estudiosos do livro de Daniel tentaram ver uma conexão entre o capítulo 8 e calendários astrológicos usados entre os persas e gregos.[7] Ali, o carneiro simbolizava a Pérsia e o bode, a Síria, território dominado pelos Selêucidas após a morte de Alexandre, o Grande. Apesar de atrativa, essa ideia apresenta sérias fragilidades, sendo a principal delas o fato de estar baseada em fontes tardias (2º século a.C.), o que torna difícil verificar se alguém vivendo na Babilônia no 6º século a.C. estaria familiarizado com essa associação.
Se o pano de fundo de Daniel 7 parece ter sido Gênesis 1 e manuais de interpretações de sonhos e presságios babilônicos, o conteúdo da visão do capítulo 8 parece ser exclusivamente cúltico.[8] Por cúltico quero dizer que estava totalmente relacionado com a linguagem do tabernáculo israelita. Por exemplo, os símbolos do carneiro e do bode nos remetem a Levítico 16, o capítulo que descreve a cerimônia do Dia da Expiação. O “príncipe do exército” (v. 11) está relacionado com o homem vestido de linho em Daniel 10:5, exatamente o tipo de vestes que o sumo sacerdote usava nesse dia (Lv 16:4, 23, 32).[9] O uso do termo pesha’, traduzido como “transgressão” ou “abominação”, é sugestivo, já que esse tipo de pecado também era removido do tabernáculo no dia da expiação (cf. Dn 8:12, 13; Lv 16:16, 21). O uso do verbo “purificar” (heb. nisdaq; v. 14) também parece ter uma conotação cúltica, sendo utilizado como sinônimo do verbo hebraico tahar, purificar (cf. Jó 4:17; 17:9),[10] o mesmo utilizado para descrever a atividade de purificação no Yom Kippur.[11]
Um judeu piedoso como Daniel entenderia todo o simbolismo do capítulo 8. Depois de revelar que há um futuro promissor (Dn 7), Deus revelou quando Ele responderia aos diversos ataques dos Seus inimigos, neste caso, do chifre pequeno (Dn 8:9-14). O conteúdo básico da mensagem divina era compreensível para o profeta, apesar de uma porção precisar de mais esclarecimentos, no caso “a visão da tarde e da manhã” (Dn 8:26; 9:23-27). De qualquer forma, ao revelar Sua mensagem, Deus não o fez de uma forma totalmente aleatória em relação ao conhecimento e à realidade do profeta.
 
Concepção artística de Babilônia na época de Daniel


Conclusão – Especialmente em Daniel 2 e 7, Deus deu a mesma revelação para pessoas com bagagens culturais e religiosas totalmente diferentes e creio que essa postura divina tem muito a nos ensinar. Se Ele vai ao encontro das pessoas onde elas estão, por que não podemos fazer o mesmo? Por muitas décadas nosso evangelismo pessoal tem sido focado quase que exclusivamente entre cristãos de outras denominações. Quase que esquecemos por completo aqueles que não têm um vínculo religioso. Alguns mensageiros são tão afoitos que já começam um estudo bíblico falando sobre a guarda do sábado, o que a Bíblia ensina sobre a morte, santuário celestial, e outras doutrinas distintivas do adventismo. O que nos esquecemos é que em cada pessoa existe uma história, uma cultura, um estilo de vida. Se não criarmos uma ponte entre nossa mensagem e a realidade diária do ouvinte, a beleza da mensagem que temos não será apreciada.

Permita-me ilustrar. Quando fui professor de ensino religioso em Esteio, RS, aprendi na prática como não dar uma aula. Foi muito simples. Era simplesmente trazer um conteúdo pronto e despejar em cima dos alunos. Por outro lado, quando comecei a fazer debates sobre o conteúdo de alguns filmes que faziam parte da realidade deles e a partir daí levá-los às Escrituras Sagradas, podia notar o interesse crescente deles. Pegue, por exemplo, um filme como Man of Steel, a mais recente versão da história do Super-Homem. São inegáveis as semelhanças do enredo com Apocalipse 12 e a história de Jesus. Por que não posso usar essa produção de Hollywood como uma introdução ou ponto de contato para apresentar o evangelho para um jovem? Seria inapropriado? Não à luz do que vimos em Daniel 2! Essa abordagem pode ser útil para um adolescente ou jovem, mas não para uma senhora alheia a qualquer filme recém-lançado. Pessoas diferentes requerem abordagens diferentes. Não podemos imaginar que todos somos iguais.

Precisamos alcançar as pessoas onde elas estão. Isso envolve relacionamento, contato pessoal. Quem sabe isso seja difícil para nossa sociedade atual, já que estamos o tempo todo plugados em redes sociais. Elas podem ter o seu valor, mas nada substitui o contato pessoal. Quando o Deus do livro de Daniel Se tornou carne e habitou entre nós (Jo 1:14), Ele nos deixou um maravilhoso exemplo do que é alcançar as pessoas dentro da sua realidade. Será que estamos seguindo Seu exemplo?

(Luiz Gustavo Assis é pastor e faz mestrado nos Estados Unidos)
Referências:
1. Alguns dos recentes estudos feitos por teólogos adventistas sobre o livro de Daniel: Enrique Baez, Allusions to Genesis 11:1-9 in the Book of Daniel: An Exegetical and Intertextual Study (PhD. diss., Andrews University, 2013); Patrick Mazani, The Book of Daniel in Light of the Ancient Near Eastern Literary and Material finds: An Archaeological Perspective (PhD. diss., Andrews University, 2008); Winfried Vogel, The Cultic Motif in the Book of Daniel (New York, NY: Peter Lang, 2010); Martin Pröbstle, Truth and Terror: A Text-Oriented Analysis of Daniel 8:9-14 (PhD. diss., Andrews University, 2005); Lewis Anderson, The Michael Figure in the Book of Daniel (PhD. diss., Andrews University, 1997); Zdravko Stefanovic, Correlations Between Old Aramaic Inscriptions and the Aramaic Section of Daniel (PhD. diss., Andrews University, 1987); idem., Daniel, Wisdom for the Wise: Commentary on the Book of Daniel (Pacific Press, 2007).
2. Para uma introdução sobre o processo de interpretação de sonhos no Antigo Oriente Médio, ver A. Leo Oppenheim, The Interpretation of Dreams in the Ancient Near East (Gorgias Press, 2009).  
3. Greg K. Beale, The Temple and the Church’s Mission: A Biblical Theology of the Dwelling Place of God (Downers Grove, IL: IVP Academic, 2004), p. 51.
4. Jacques Doukhan, Secrets of Daniel: Wisdom and Dreams of a Jewish Prince in Exile (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000), 17.
5. Devo a Jon Paulien a ideia da relação entre Gênesis 1 e Daniel 7. Ele os apresentou em uma palestra aos pastores da Associação Central Sul-Riograndense, em agosto de 2011. Para mais detalhes sobre a história da criação no livro de Daniel, ver: Martin G. Klingbeil, “Creation in the Prophetic Litetature of the Old Testament”, Journal of the Adventist Theological Society 20/1-2 (2009), p. 47, 48; Jacques B. Doukhan, “Allusions à la creation dans le livre de Daniel”, em Adam S. vam der Wounde, The Book of Daniel in Light of New Findings (Biblioteca Ephemeridum Theologicarum Lovaniensium 106, Leuven: University Press and Peeters, 1993).
6. Ernest Lucas, “The Source of Daniel’s Animals Imagery”. Tyndale Bulletin 41.2 (1990), p. 161-185.
7. Aage Bentzen, Daniel: Handbuch zum Alten Testament 19 (Tübingen: J. C. B. Mohr, 1952), p. 69; Andre Lacocque, The Book of Daniel (Atlanta: John Knox Press, 1979); Norman W. Porteus, Daniel (Philadelphia, PN: The Westminster Press, 1965), p. 122; John Goldingay, Daniel, in World Biblical Commentary (Dallas, TX: Word Books, 1989), p. 208, 209.
8. Para uma introdução à linguagem cúltica do livro de Daniel, ver a já citada obra de Winfried Vogel, The Cultif Motif in the Book of Daniel, uma das mais recentes obras sobre esse aspecto do livro de Daniel.
9. Para mais argumentos sobre a identificação de Miguel como o “homem vestido de linho” em Daniel 10 e 12, ver a já citada dissertação de Lewis Anderson, The Michael Figure in the Book of Daniel, p. 296-317.
10. Richard Davidson, “The Meaning of Nisdaq”, Journal of the Adventist Theological Society 7/1 (1996), 107–119.
11. Existem outros indicativos para um pano de fundo do Dia da Expiação em Daniel 8. Estes foram listados apenas a título de ilustração. Ver Luiz Gustavo Assis, “The Background of the Imagery of Daniel 8: Cultic or Pagan?”, artigo não publicado.